A Igreja e a Guerra Espiritual
O Novo Testamento nos apresenta
diversos quadros relativos à Igreja, especialmente no livro de Efésios a vemos
como uma família, um templo, a noiva de Cristo, e também como um exército que
está envolvido num conflito global. Por conflito global, podemos entender que a
guerra espiritual não somente está voltado a um aspecto terreno, mas também
envolve as regiões celestiais, ou seja, o universo criado. Podemos parafrasear
Efésios 6:12 de acordo com o original grego da seguinte forma: “Nossa luta livre
não é contra sangue e carne ou contra pessoas com corpos, senão contra
governadores sobre diversas áreas e ordens descendentes de autoridades, contra
os dominadores do mundo da obscuridade presente, contra forças espirituais do
mal nas regiões celestes”.
Esta referência bíblica nos
apresenta os quatro níveis de autoridade do reino das trevas, assim podemos
entender verdadeiramente contra quem estamos guerreando.
1) Principados (no grego
arché, que significa espíritos governantes, magistrados, poderes, começo, sendo
que começo neste caso se refere ao tempo ou ordem). Principados são espíritos
demoníacos poderosos da mais alta hierarquia (primeiro escalão), recebendo
ordens diretamente de Satanás, dominando e operando nos lugares celestiais. São
chamados de príncipes (Dan. 10:13,20).
2) Potestades (no grego
exousia, significando autoridades que permitem ou impedem, poder delegado). As
potestades têm poderes executivos, recebendo autoridade e poder delegado pelos
principados. Nos textos de I Cor. 15:24 e Colos. 2:15 refere-se à todas as
autoridades e poderes malignos, que se opõem a Jesus Cristo e a
Igreja.
3) Príncipes do mundo
destas trevas (no grego kosmokrator, que significa governadores mundiais, os
senhores do mundo; vem de “kosmos”, isto é, “mundo” e “krator”, isto é,
governados). Estes são responsáveis pela luta contra a verdadeira luz e levam o
povo às trevas, cegando-lhes os olhos e enviando trevas às almas dos homens.
Quando oramos por pessoas que estão dominadas pela cegueira de Satanás e por
pessoas que estão em religiões pagãs estamos guerreando contra este tipo de
inimigo. Estes governadores mundiais governam sobre nações através do seu poder
de cegar a mente dos homens. Exercem também autoridade sobre diferentes sistemas
de governos do mundo.
4) Hostes espirituais da
iniqüidade nas regiões celestes (no grego pneumatikos, que vem da raiz da
palavra “pneuma”, que significa “espírito” e “poneria”, que significa
“iniqüidade”, “depravação”, “maligno”, “atividade de natureza má”). Estas forças
oprimem a humanidade, tentando levá-la ao desespero e caos total. O medo, a
angústia e os suicídios são resultantes destas forças espirituais
malignas.
A base da nossa vitória
Como podemos vencer toda
esta estrutura hierárquica de forças malignas? Temos que nos manter firmes na
vitória conquistada por Cristo na cruz. Em Colos. 2:13-15 encontramos a chave
para vencermos na guerra espiritual: Jesus derrotou a Satanás e a todos os
principados malignos. A culpa nos afasta de vivermos esta experiência de vitória
(Apoc. 12:10) e assim seremos derrotados. Jesus despojou os principados e
potestades, os exibindo publicamente e deles triunfando na cruz. Triunfar não é
ganhar uma batalha, trata-se da celebração de uma batalha que já foi ganha. A
Bíblia declara que Deus, em Cristo sempre nos conduz em triunfo, e por meio de
nós manifesta em todo o lugar o cheiro do seu conhecimento (II Cor.
2:14).
O por quê da guerra
Satanás tem buscado
adoração. O homem é o canal de adoração: ao Deus único e verdadeiro ou a
Satanás. As pessoas que não conhecem a Cristo, são como jóias nas mãos do Diabo,
e ele não quer perder estas vidas.
Quando estudamos sobre as
guerras na Bíblia, podemos perceber que sempre havia um propósito definido:
saque e conquista de território (I Crôn. 20:2). Guerra espiritual não é um fim
em si mesma, porém um meio para alcançar um grande objetivo: despojo. Existe
vidas que precisam ser tomadas e levadas para o Reino de Deus.
Estamos vivendo dias
proféticos e apostólicos. E uma igreja que está movendo em uma atmosfera
apostólica, ela reconhece que é parte do exército de Deus com um supremo chamado
de reconquistar todo o território que foi invadido pelo inimigo. O perímetro de
ação do inimigo vai ser diminuído e o perímetro de ação do governo de Deus será
ampliado. Esta igreja vai manifestar de maneira profética demonstrativa a
vitória que foi conquistada por Cristo na cruz. Aleluia, nesta guerra somos
vitoriosos juntamente com Cristo!!!
Ap. José Levi Machado Domingos (Ministério Apostólico-Profético Vida e Edificação / Coordenador da Secretaria Regional da Rede de Intercessão Estratégica e Coordenador da Regional Curitiba da A.M.A.R. – Associação de Ministérios Ágape-Reconciliação) |
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