domingo, 4 de junho de 2017

Quem foram os autores da Bíblia?


Resposta: Além dos autores humanos, a Bíblia foi essencialmente escrita por Deus. 2 Timóteo 3:16 nos diz que a Bíblia foi "inspirada" por Deus. Deus supervisionou os autores humanos da Bíblia de tal forma que, enquanto cada um usou o seu próprio estilo de escrever e personalidade, eles ainda registraram exatamente o que Deus queria que dissessem. A Bíblia não foi ditada por Deus, mas foi perfeitamente guiada e completamente inspirada por Ele.

Humanamente falando, a Bíblia foi escrita por aproximadamente 40 homens de diversos estilos de vida diferentes, durante um período de 1600 anos. Isaías era um profeta, Esdras era um sacerdote, Mateus um coletor de impostos, João era um pescador, Paulo era um fabricante de tendas, Moisés era um pastor. Apesar de ter sido escrita por autores diferentes durante 15 séculos, a Bíblia não se contradiz e não contém erros. Todos os autores apresentam perspectivas diferentes, mas todos proclamam o mesmo Deus único e verdadeiro, e o mesmo único caminho para salvação – Jesus Cristo (João 14:6; Atos 4:12). Poucos dos livros da Bíblia nomeiam especificamente o seu autor. Veja a seguir uma lista dos livros da Bíblia com o nome de quem os estudiosos acreditam ter sido o autor humano, assim como a data aproximada de quando cada um foi escrito.

Gênesis, Êxodo, Levítico, Números, Deuteronômio = Moisés – 1400 A.C.
Josué = Josué – 1350 A.C.
Juízes, Rute, 1 Samuel, 2 Samuel = Samuel / Natã / Gade – 1000 – 900 A.C.
1 Reis, 2 Reis = Jeremias – 600 A.C.
1 Crônicas, 2 Crônicas, Esdras, Neemias = Esdras – 450 A.C.
Ester = Provavelmente Mardoqueu – 400 A.C.
Jó = Moisés – 1400 A.C.
Salmos = vários autores diferentes, grande parte foi escrita por Davi – 1000 – 400 A.C.
Provérbios, Eclesiastes, Cânticos = Salomão – 900 A.C.
Isaías = Isaías – 700 A.C.
Jeremias, Lamentações = Jeremias – 600 A.C.
Ezequiel = Ezequiel – 550 A.C.
Daniel = Daniel - 550 A.C.
Oséias = Oséias – 750 A.C.
Joel = Joel – 850 A.C.
Amós = Amós – 750 A.C.
Obadias = Obadias – 600 A.C.
Jonas = Jonas – 700 A.C.
Miquéias = Miquéias – 700 A.C.
Naum = Naum – 650 A.C.
Habacuque = Habacuque – 600 A.C.
Sofonias = Sofonias – 650 A.C.
Ageu = Ageu – 520 A.C.
Zacarias = Zacarias – 500 A.C.
Malaquias = Malaquias – 430 A.C.
Mateus = Mateus – 55 D.C.
Marcos = João Marcos – 50 D.C.
Lucas = Lucas – 60 D.C.
João = João 90 D.C.
Atos = Lucas – 65 D.C.
Romanos, 1 Coríntios, 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 Tessalonicenses, 2 Tessalonicenses, 1 Timóteo, 2 Timóteo, Tito, Filemom = Paulo, 50-70 D.C.
Hebreus = Desconhecido, talvez Paulo, Lucas, Barnabás ou Apolo – 65 D.C.
Tiago = Tiago – 45 D.C.
1 Pedro, 2 Pedro = Pedro – 60 D.C.
1 João, 2 João, 3 João = João - 90 D.C.
Judas = Judas – 60 D.C.
Apocalipse = João – 90 D.C.

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Salmo 19 - Explicação

O Salmo 19, um salmo de sabedoria, celebra a Palavra de Deus no contexto da criação. Assim, tanto é um salmo da criação quanto um salmo da Torá. Tanto os salmos da criação quanto os da Torá são vistos como subgrupos dos salmos de sabedoria. O poema se inicia nos céus, depois fala da Palavra, e culmina no coração do servo de Deus. O poema possui três partes: (1) celebração da grandeza da criação de Deus (v. 1-6); (2) celebração da pureza da Palavra de Deus (v. 7-11); (3) pedido de reconsideração da vida pessoal e de aceitação por Deus (v. 12-14).

19.1-6 —
Toda a criação, incluindo os céus, revela a glória e a majestade de Deus (Rm 1.18-20). Firmamento é outra palavra para os céus (Gn 1.6). A ampla extensão que vemos é um testemunho da perícia de Deus (Sl 8.3). Do ponto de vista da terra, nenhum corpo celeste é tão maravilhoso quanto o sol. No antigo Oriente Médio, o Sol era comumente visto como deus. Neste poema, nada mais é que um símbolo maravilhoso do Criador.Qual noivo. É assim representado como que nele se glorificasse seu Criador.

19.7-11 — A lei é a Torá, que significa instrução ou orientação. Este trecho (v. 7-9) apresenta seis palavras para falar da lei de Deus: lei; testemunho; preceito; mandamento; temor; e juízos; seis avaliações da lei: perfeita; fiel; reta; pura; limpa; e verdadeira; e seis resultados seus: refrigera a alma; dá sabedoria aos símplices; alegra o coração; alumia os olhos; permanece eternamente; e é justa. O valor das Escrituras não pode ser comparado a qualquer outra coisa desejável — nem mesmo ao ouro. A lei dá o segredo da sabedoria, da alegria e, o mais importante, da vida eterna.

19.12-14 — Os próprios erros. A discussão da natureza e da perfeição da lei de Deus leva o salmista a considerar a própria imperfeição. Ele sabe ter erros que são ocultos e pecados de soberba. Pede para ser purificado de ambos. Sua prece final corresponde a Salmos 139.23,24. Libertador meu representa Deus como Aquele que obtém nossa liberdade de quaisquer grilhões ou escravidão. O sentido principal da palavra é defensor dos direitos da família.


Extraído:
Biblioteca bíblica

domingo, 14 de maio de 2017

A Bíblia é Historicamente Confiável?



Em 1947, uma descoberta feita tornara-se o mais importante achado arqueológico do século 20. A história começa quando um jovem pastor beduíno chamado Mohammed estava à procura de um bode perdido. Ele atirou uma pedra em um buraco em um penhasco do lado oeste do Mar Morto, cerca de 13 quilômetros a sul de Jericó. Para sua surpresa, ele ouvira o som de cerâmica quebrando. Investigando, ele encontrara algo surpreendente. No chão da caverna havia vários jarros grandes, alguns dos quais continham rolos de couro envoltos em pano de linho. Em virtude dos jarros terem sido cuidadosamente selados, os rolos foram preservados em excelente condição por, aproximadamente, 1900 anos. Eles foram, evidentemente, colocados ali antes da queda de Jerusalém em 70 E.C.




O Valor dos Manuscritos do Mar Morto


Até a descoberta dos manuscritos de Qumrã, que datam do terceiro século A.E.C. ao primeiro século E.C., os mais antigos manuscritos do Antigo Testamento eram um fragmento de Deuteronômio 6:4 (Papiro de Nash), datado do primeiro século A.E.C., uns poucos fragmentos bíblicos da Guenizá do Cairo (um depósito em uma sinagoga), datando do quinto século A.E.C. e os textos massoréticos[1] do nono ao décimo primeiro E.C.


O mais antigo manuscrito hebraico completo do Antigo Testamento, o Códice de Leningrado, data da primeira década do décimo primeiro século E.C. A grande importância dos Manuscritos do Mar Morto é, portanto, o fato que os mais antigos manuscritos datam apenas cerca de duzentos anos depois que o último livro do Antigo Testamento fora completado.




Graças aos Manuscritos do Mar Morto, temos, agora, manuscrito completo do texto hebraico do Livro de Isaías e fragmentos da maioria dos outros livros bíblicos que são mais do que mil anos mais antigos do que o manuscrito existente previamente conhecido.


O significado desta descoberta tem a ver com a precisão em detalhes do manuscrito de Isaías (cerca de 125 A.E.C.) com o Texto Massorético de Isaías mil anos de diferença. Demonstra a precisão incomum dos copistas da Escritura durante um período de mil anos. Quando o Texto Massorético fora comparado com os textos de Qumran, descobriu-se serem quase idênticos.


Ainda que as duas cópias de Isaías descobertas na Caverna 1 de Qumran próximas do Mar Morto em 1947 fossem milhares de anos anteriores aos mais antigos manuscritos previamente conhecido datado de 980 E.C., provaram, palavra-por-palavra ser idênticas a nos Bíblia Hebraica padrão em mais de 95% do texto. Os cinco por cento de variação consistiam principalmente de deslizes óbvios de escrita e variações ortográficas. Mesmo aqueles fragmentos do Mar Morto de Deuteronômio e Samuel que apontam a uma diferente família de manuscrito da qual o nosso texto hebraico recebido se baseia não indicam quaisquer referências em doutrina ou ensino. Eles não afetam a mensagem da revelação em ponto algum.[2]


Podemos, portanto, saber que nosso presente texto do Tanach/Antigo Testamento, baseado no Texto Massorético, é praticamente idêntico com o texto hebraico em uso na época de Jesus. Não há, portanto, razões para duvidar que o que os autores do Tanach/Antigo Testamento escreveram é, substancialmente, o mesmo que temos em nossas Bíblias hoje.




Nenhum outro escrito antigo comparado com o Tanach/Antigo Testamento tem sido transmitido tão precisamente, principalmente pelo fato dos escribas judeus e os massoretas tratarem a Palavra de Deus com a mais profunda reverência que se possa imaginar. Eles desenvolveram um complicado sistema de contagem dos versos, palavras e letras do texto como salvaguarda contra quaisquer deslizes dos escribas. Quaisquer manuscritos não mensurados de acordos com tais normas eram enterrados ou queimados.


A Transmissão do B’rit Hadashah/ Novo Testamento


Todos os livros do Novo Testamento foram escritos durante a segunda metade do primeiro século: Gálatas e as duas cartas aos Tessalonicenses por volta do ano 50 E.C. e o Evangelho de João e o Livro de Apocalipse por volta de 90–100 E.C.


Assim como com o Antigo Testamento, todos os autógrafos [do Novo Testamento] se perderam. Contudo, em razão dos livros do Novo Testamento serem os livros mais frequentemente copiados e amplamente circulados na antiguidade, temos hoje mais de cinco mil manuscritos gregos do Novo Testamento.




Nenhum outro livro na antiguidade tem um número próximo de manuscritos sobreviventes. Para efeitos de comparação, “a Ilíada de Homero é o segundo com 643 manuscritos que ainda sobrevivem. O primeiro texto completo preservado de Homero data do século treze. ”[3]


Para a Guerra Gálica de César (composta entre 58 e 50 A.E.C.), há vários manuscritos sobreviventes, mas apenas nove ou dez são bons e os mais antigos datam cerca de nove séculos depois dos dias de César. Dos 142 livros da História Romana de Lívio (59 A.E.C.–17 E.C.), apenas 35 sobreviveram; desses os quais conhecemos, não mais de 20 manuscritos são relevantes e apenas um deles, contendo fragmentos dos Livros II–VI, é tão antigo quanto o quarto século.[4]


Os Manuscritos da B’rit Hadashah/Novo Testamento


O mais antigo manuscrito dentre os mais de cinco mil manuscritos gregos conhecidos do Novo Testamento é um pequeno fragmento de papiro (chamado P52) datado por vota de 130 E.C. contendo porções de João 18:31–33, 37 e 38.


O papiro Chester Beatty (nomeado assim em virtude de seu proprietário original) remonta ao segundo e ao terceiro século e consiste de um papiro contendo porções de todos os quatro evangelhos e Atos, quase todas as Epístolas de Paulo, o Livro de Hebreus e Apocalipse 9–17. Do mesmo período de tempo, temos o papiro Bodmer (também nomeado assim em virtude de seu proprietário original) que contém os evangelhos de Lucas e João e as cartas à Judas e 1 e 3 Pedro. Todos esses papiros vieram do Egito, onde o clima seco ajudou a preservá-los.




O mais completo manuscrito do Novo Testamento, escrito em velino (pergaminho), remonta ao quarto século: (1) o Códice Sinaítico, descoberto por Constantine von Tischendorf no Monastério de Santa Catarina (ao pé do Monte Sinai, remonta a metade do quarto século e contém o Novo Testamento Grego por completo. (2) Códice Vaticano, da biblioteca do Vaticano, é data como pouco anterior ao Sinaítico e contém o Novo Testamento até Hebreus 9:14. Em termos de texto, o Códice Vaticano é considerado o mais valioso de todos os manuscritos do Novo Testamento existentes. Outros três importantes manuscritos são o Códice Alexandrino, Códice de Beza e o Códice Ephraemi do quinto século.


Em acréscimo aos 3200 manuscritos aproximadamente, que são manuscritos de texto contínuo, temos outros 2200 manuscritos lecionários. Lecionários são “manuscritos nos quais o texto dos livros do B’rit Hadashah/Novo Testamento estão divididos em perícopes [seções] separadas, organizadas de acordo com sua sequência como lições apontadas para o calendário da igreja.”[5] Apenas uns poucos desses lecionários remontam ao quarto século, a maioria foram escritos após o oitavo século.


Crítica Textual da B’rit Hadasha/ Novo Testamento


Temos visto que não há qualquer corpo literário na história que goze de tamanha riqueza de manuscritos como o Novo Testamento. Embora este fato produza seus próprios problemas. Quanto mais manuscritos, maiores as variações textuais criadas por erros de escribas. Se um escriba estive ouvindo um ditado, ele poderia cometer enganos com palavras que soam de forma semelhante; se ele estivesse copiando de um manuscrito diante dele, ele poderia errar uma palavra ou outra parecida. Ou seus olhos poderiam pular de uma palavra a outra ocorrência da mesma palavra ou a uma outra palavra que tivesse o mesmo fim e, assim, uma porção do texto poderia ser pulada ou escrita duas vezes. Críticos textuais procuram reconstruir tão acurado quanto possível a terminologia do texto bíblico.




O estudioso clássico inglês Sir Frederic Kenyon declarou: “É reconfortante no final descobrir que o resultado geral de todas essas descobertas e de todo esse estudo é fortalecer a prova da autenticidade das Escrituras e a nossa convicção que temos em nossas mãos, em integridade substancial, a autêntica Palavra de Deus. ”[6] Deve, também, ser, claramente, avisado que apesar de tantas variantes textuais nos manuscritos, nenhuma delas afeta qualquer ponto da fé e prática cristã.


A Evidência Arqueológica


Embora a arqueologia não possa comprovar as verdades espirituais da Bíblia, ela pode iluminar e esclarecer as circunstâncias históricas de numerosas passagens e, desta forma, validar a historicidade de muitos eventos registrados na Escritura. Dentre as mais importantes descobertas da arqueologia que fundamentam a confiabilidade histórica da Escritura estão as seguintes:




1- A Estela de Hamurabi (cerca de 1700 A.E.C.) foi encontrada por arqueólogos franceses no inverno de 1901–1902 em Susã, a Susã bíblica de Daniel 8:2 e encontra-se, atualmente, em exibição no Museu do Louvre em Paris. Contém cerca de 280 leis, muitas das quais são estritamente similares às leis mosaicas: 
Hamurabi Nº 14 — “Se um cidadão e vender um membro da casa de outro cidadão para a escravidão, a sentença, então, será a morte. ” 


Êxodo 21:16 — “O que raptar alguém e o vender, ou for achado na sua mão, será morto.” 
Hamurabi Nº 196 3 197 — “Se um cidadão cega o olho de um oficial, seu olho, então, será cegado. Se um cidadão quebra um osso de outro cidadão, seu próprio osso, então, será quebrado.” 
Êxodo 21:24 — “olho por olho, dente por dente, mão por mão, pé por pé.” 


A descoberta da Estela de Hamurabi e de outros antigos códigos de leis liquidaram com o velho criticismo que as leis do Pentateuco não poderiam remontar do tempo de Moisés.




2 – A Estela de Merneptah (cerca de 1200 A.E.C.) foi encontrada por Sir Flinders Petrie no templo mortuário em Tebas e publicada em 1897. Encontra-se, atualmente, em exibição no Museu do Cairo. A estela celebra a vitória do Faraó Menerptah (1213–1203 A.E.C.) sobre as forças rebeldes em suas possessões asiáticas. Contém a mais antiga referência ao povo de Israel no mundo antigo.




3 – A Pedra Moabita (cerca de 850 A.E.C.) encontra-se em exibição no Museu do Louvre. Em 1868, um xeque árabe, no Dibã, mostrou ao missionário alemão F. Klein, uma placa com inscrições que media 116 cm de altura, 61 cm de comprimento e 25 cm de espessura. Oficiais franceses e alemães mostraram interesse na pedra. Um orientalista francês, Ch. Clermont-Ganneau, consegui obter uma “estampa,” isto é, uma impressão fac-símile, da inscrição. Isso foi muito afortunado, pois os Árabes, compreendendo que eles tinham algo valioso, a quebraram em pedaços. Os fragmentos foram, então, levados para abençoar seu grão. Nem todos os fragmentos foram recuperados, mas a inscrição tem sido restaurada. Reconta a estória da rebelião do rei Moabita Mesha contra o rei de Israel. Suplementa o registro das relações de Israel com Moabe como relatado em 2 Reis 3. 
Pedra Moabita — “Omri, governante de Israel, invadiu Moabe anos após anos porque Quemós, o padroeiro divino de Moabe, estava furioso com seu povo. Quando o filho de Omri o sucedeu durante o meu [governador de Moabe] reino, ele bradou: “Eu, também, invadirei Moabe.” Todavia, eu derrotei o filho de Omri e afugentei Israel da nossa terra para sempre.” Omri e seu filho governaram as planícies de Madaba por 40 anos. 


2 Reis 3:4–5 — “Então, Mesa, rei dos moabitas, era criador de gado e pagava o seu tributo ao rei de Israel com cem mil cordeiros e a lã de cem mil carneiros. Tendo, porém, morrido Acabe, revoltou-se o rei de Moabe contra o rei de Israel. ”

4 – O Obelisco Negro de Shalmaneser III (cerca de 840 A.E.C.) foi descoberto em 1846 por A. H. Layard em Nimrud. Encontra-se em exibição no Museu Britânico. Mostra o rei israelita Jeú pagando tributo ao rei Assírio e provê evidência extra bíblica para a dominação assíria sobre Israel assim como para a existência de Jeú como rei de Israel. “A Jeú, filho de Ninsi, ungirás rei sobre Israel e também Eliseu, filho de Safate, de Abel-Meolá, ungirás profeta em teu lugar” (1 Rs 19:16).[7]




5 – O Prisma de Taylor (cerca de 690 A.E.C.) encontra-se no Museu Britânico. Foi encontrado em Nínive e contém as campanhas militares de Senaqueribe (705–681 A.E.C.), rei da Assíria. A passagem mais conhecida descreve o cerco sem sucesso de Senaqueribe a Jerusalém nos dias de Ezequias, conforme registrado em 2 Reis 19 e Isaías 36 e 37. O registro assírio concorda, tacitamente, como o registro bíblico por não fazer qualquer relato que Jerusalém fora tomada. O prisma de barro hexagonal diz: “Eu [Ezequias] fui um prisioneiro em Jerusalém, sua residência real, como um pássaro na gaiola.” De acordo com 2 Reis 19:35–36, Senaqueribe foi incapaz de capturar Jerusalém porque “naquela mesma noite, saiu o Anjo do SENHOR e feriu, no arraial dos assírios, cento e oitenta e cinco mil … Retirou-se, pois, Senaqueribe, rei da Assíria, e se foi; voltou e ficou em Nínive.”




6 – A Estela de Tel Dan (nono ou oitavo século A.E.C.) é uma estela de basalto negra erigida por um rei arameu no extremo norte de Israel, contém uma inscrição aramaica para comemorar sua vitória sobre os antigos israelitas. Somente fragmentos da inscrição restaram, mas claramente legível está a frase “casa de Davi” (1 Sm 20:16). Jeorão, filho de Acabe (2 Reis 8:16), aparece, também, na inscrição. Esta é a primeira vez que o nome “Davi” tem sido reconhecido em qualquer sítio arqueológico. Como a Pedra Moabita, a Estela de Tel Dan parece um típico memorial intencionado como uma espécie de propaganda militar, que ostenta as vitórias de Azael ou de seu filho.




7 – As Crônicas Babilônicas (sexto século A.E.C.) são tabletes de barro que apresentam um registro conciso dos principais eventos internos na Babilônia. Eles descrevem a queda de Nínive em 612 A.E.C. (Zc 2:13, 15), a batalha de Carquemis e submissão de Judá em 605 A.E.C. (2 Reis 24:7; Dn 1:2), a captura de Jerusalém em 597 A.E.C. (2 Rs 24:10–17) e a queda da Babilônia para os Persas em 539 A.E.C. (Is 45:1; Dn 5:30). Em conexão com a queda de Babilônia, as crônicas se referem a Belsazar (Dn 5:1), que fora co-regente com seu pai Nabonido, o último rei da Babilônia.




8 – A Inscrição de Pôncio Pilatos (primeiro século E.C.) foi encontrada em 1961 no teatro da Cesaréia Marítima, a cidade da residência de Pilatos na Palestina. Entre as poucas linhas ainda legíveis estão as palavras “Pôncio Pilatos Prefeito da Judéia.” A inscrição é a primeira evidência arqueológica para Pilatos, aquele diante de quem Jesus fora julgado e condenado a morte (Mt 27:11–26).




9 – Inscrições politarcas. Críticos do Novo Testamento argumentavam que Lucas estava enganado em chamar os magistrados chefes em Tessalônica de politarcos (At 17:6), um título não encontrado na literatura clássica existente. Em meados do século dezenove, diversas inscrições usando este termo têm sido encontradas em cidades macedônicas, incluindo Tessalônica.


Aparte dessas maiores descobertas, das quais existem outras, têm havido muitos achados menores, tais como anéis e selos, que têm confirmado a confiabilidade histórica da Escritura.




William F. Albright, provavelmente o maior arqueólogo do século 20, cujo a linha teológica nos anos de 1920 era um “radicalismo extremo”, viera apreciar o valor histórico da Escritura e escreveu em 1956: “Não restam dúvidas de que a Arqueologia tem confirmado a substancial historicidade da tradição do Antigo Testamento. ”[8] O mesmo sendo verdade com o Novo Testamento. Concernente a Lucas, o historiador do Novo Testamento F. F. Bruce escreveu: “Nosso respeito para com a confiabilidade [histórica] de Lucas continua a crescer a medida que nosso conhecimento deste campo aumenta. ”[9]


A Evidência Profética


O propósito da profecia não satisfazer a curiosidade humana acerca do futuro, mas revelar importantes fatos sobre a natureza de Deus —Sua onisciência, Seu controle sobre todas as nações e seus planos para o povo de Deus. Ademais, profecias cumpridas são uma importante evidência para a inspiração e a confiabilidade da Palavra de Deus. A duas profecias explicadas abaixo são representativas de muitas outras profecias encontradas no Antigo e no Novo Testamento.




Daniel 2 — O Livro de Daniel foi escrito no sexto século A.E.C.; mas duas profecias proveem evidência para o fato que a história está sob o controle de Deus. Daniel interpreta a imagem no capítulo 2 como quatro impérios mundiais sucessivos, começando com a Babilônia como o primeiro império (Dn 2:38). O quarto império seguir-se-ia por muitos impérios ou nações menores, simbolizadas pelos 10 dedos (Dn 2:41–43). Essas nações continuariam até o reino de Deus, simbolizadas pela rocha cortada “sem auxílio de mãos” esmiuçando a imagem em retalhos (Dn 2:34), que seria estabelecido sobre a terra (Dn 2:44).




Esta profecia encontrou um cumprimento memorável na história. Babilônia foi sucedida por outros três impérios mundiais: Medo-Pérsia, Grécia e Roma que foi dividia em muitos fragmentos de reinos que ainda existem na Europa e ao redor do Mar Mediterrâneo. A única parte da profecia ainda não cumprida é a chegada do reino de Deus.




Miqueias 5:2 — De acordo com a profecia em Miqueias 5:2, o Messias nasceria em Belém. Os Evangelhos nos contam que embora os pais de Jesus moravam em Nazaré, por causa de um censo no Império Romano, José e Maria tiveram que viajar para Belém, a cidade ancestral de José, onde Jesus fora nascido (Lc 2:4–7).


Enquanto a Bíblia comprova-se por si mesma, isto é, os próprios livros da Escritura testificam da sua verdade inspirada por Deus; a evidência manuscrita, assim como a evidência arqueológica e profética, confirma a confiabilidade da Escritura. Os Manuscritos do Mar Morto e outros manuscritos encontrados têm demonstrado a confiabilidade textual da Bíblia e as muitas descobertas arqueológicas dão base a confiabilidade histórica da Escritura. Embora a Arqueologia não possa comprovar que a Bíblia seja verdadeira, confirma o contexto histórico da Bíblia.


“O que a arqueologia bíblica nos oferece é o ampliar a vista do horizonte o qual possamos ver a Bíblia e seu mundo. O quadro agora é maior e o contexto mais amplo. ”[10] 


Finalmente, o cumprimento das profecias bíblicas confirma o clamor bíblico que “porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens [santos] falaram da parte de Deus, movidos pelo Ruach haKodesh/Espírito Santo” (2 Pe 1:21).






Rosh Gerhard Pfandl serviu na Áustria e na Associação Californiana. De 1977 a 1989 foi Professor de Religião no Seminário Bogenhofen na Áustria. Antes de juntar-se ao quadro do Biblical Research Institute em 1999, serviu por sete anos como Secretário de Campo na Divisão Pacífico Sul em Sidney na Austrália. Pfandl publicou mais de 120 artigos acadêmicos e populares em Alemão e Inglês e é o autor de diversas Lições da Escola Sabatina e de livros como The Time of the End in the Book of Daniel e Daniel: The Seer of Babylon.


Tradução: Hugo Martins, ligeiramente contextualizado por Herança Judaica.






[1] Os massoretas (500–1000 E.C.) eram estudiosos judeus que adicionaram vogais ao texto consonantal hebraico.


[2]Gleason A. Archer, A Survey of the Old Testament (Chicago: Moody Press, 1974), p. 25.






[3]Charles Leach, Our Bible. How We Got It and Ten Reasons Why I Believe the Bible Is the Word of God (Chicago: Moody Press, 1900), p. 145.


[4] F. F. Bruce, The Book and the Parchments (London: Marshall and Pickering, 1991), p. 170.






[5] Ibid., p. 163.






[6] Frederic Kenyon, The Story of the Bible (Grand Rapids, Mich.: William B. Eerdmans, 1967), p. 113.






[7] Todos os textos da Bíblia neste artigo são da Versão Almeida Revista e Atualizada.






[8] William F. Albright, Archaeology and the Religion of Israel (Baltimore: Johns Hopkins, 1956), p. 176.






[9] F. F. Bruce, The New Testament Documents: Are They Reliable? (London: Inter-Varsity Fellowship, 1960), p. 91.






[10] Edgar Jones, Discoveries and Documents: Introduction to the Archaeology of the Old Testament (London: Epworth Press, 1974), p. 4.